PRÓLOGO

By Baeta

Um homem modesto e angustiado virava as páginas do livro em suas mãos e percorria as palavras com os olhos. Mas não lia nenhuma linha de fato, não conseguia, sua mente não aceitava seguir o ritmo do resto de seu corpo e insistia continuar em um estado quase hipnótico.

Ele tinha seus motivos para tentar ler a história em suas mãos, e outros tantos para não conseguir. Seus dedos dos pés descalços poderiam penetrar pelo solo e se tornar raízes, caso quisessem ou possuíssem essa habilidade. Poucas coisas poderiam tirar este homem-quase-árvore de seu estado de catatonia, mas como o acaso prega suas peças, uma destas coisas ocorreu.

Uma luz forte vinda do exterior iluminou parcialmente o ambiente e o lado direito de seu rosto. A reação automática foi virar para a direita e olhar através da janela. Foi instintivo pular de seu assento para olhar com um tanto mais de clareza a fonte de tal luz inconveniente.

By Paixão

Alguns segundos acabaram se passando, contudo, a imagem não modificava. Lucas, que já sentia que a sua consciência estava mais presente do que antes, não conseguia estabelecer uma relação coerente com o que via.

Para ele, não existia um nome capaz de descrever as formas que se estabeleciam bem na sua frente. Formas estas que pareciam concentrar toda fonte da luz dourada, que, por sua vez, não parecia dar sinais de arrefecimento.

Ao contrário, quanto mais o tempo passava, mais forte ela parecia estar se tornando.

Ao perceber isso, Lucas decidiu, então, tomar uma decisão.

PRIMEIRO CAPÍTULO