Em uma galáxia muito distante…
Ou nem tanto assim - na realidade, era uma espaçonave à margem do limite do conhecido Sistema Solar, que se encontrava no local denominado Via Láctea.
Apesar de os habitantes daquele transporte não chamarem aquele espaço dessa forma, eles estavam acostumados a usar os termos terraquianos. Afinal, já faziam uns bons séculos que eles estavam observando o famoso planeta azul.
O motivo principal já parecia irrelevante. Só se sabia que os objetivos não eram, na sua essência, nefastos, pelo menos não diretamente. Eles agiam mais como cientistas procurando entender o funcionamento de outras formas de vidas - formas que, apesar de inteligentes, eles viam como inferiores.
Principalmente por serem feitas de carbono, uma substância tão limitada quanto a visão terraquiana do Espaço - ponto crucial para o funcionamento daquela expedição, que mais se equiparava as estórias de epopéias humanas de antigamente, de tão demorada que estava sendo. Pois, essa falta de “segurança” permitia que os representantes daquele grupo conseguissem se infiltrar e se misturar na sociedade humana com bastante facilidade. Algo que beirava o ridículo - mas que no momento estava deixando todos os presentes naquela espaçonava em pânico total.
Isso porque, um dos especialistas, um Ser - habitante de uma das civilizações mais avançadas do Universo habitável -, tinha decidido romper totalmente com a expedição. Fato que se tornou público e notório quando uma das duas principais naves de contato com o planeta terráquio foi roubada - e direcionada exatamente para lá.
Contudo, a preocupação maior foi descobrir que essa situação foi o ápice de um longo processo de experimentos terraquianos não autorizados - experimentos que já vinham ocorrendo há um bom tempo, décadas, pelo pouco que eles conseguiram averiguar. E que retratavam mais a atuação de uma mente doentia do que um representante das melhores instituições de saber da Galáxia de Bode.
Por conta disso, todos os contatos atuais alocados no planeta Terra tinham sido acionados, com aviso de prisão e contenção imediata do Ser chamado de Leviath que, eles estavam começando a perceber, parecia ser mais perigoso do que imaginavam.
Juan tinha sido avisado pelo teletransmissor que mantinha consigo o tempo todo.
Ele tinha acabado de voltar do aeroporto, mas já estava fazendo planos de retornar para lá ainda no final daquele dia - só que dessa vez como passageiro. Pois, pelas informações que tinha recebido, aquela situação dos Cientistas o afetava bem mais do que ele gostaria. Afinal, a escolha de parceira dele estava metida nessa situação - mais até do que ela imagiva, e do que ele queria.
Em certo ponto até pensara que o irmão da Flora tinha tido algum contato com a Expedição, pelo pouco que ela pôde contar, mas como os procedimentos não se encaixavam muito, acabou ficando calado. No início por segurança, já que estava ali, naquele local e naquele planeta, de forma irregular, e depois por afeição.
Estava apaixonado, algo que não esperava que fosse acontecer, e não queria criar problemas que não poderia solucionar.
Agora, contudo, se arrependia.
A única solução que via seria seguir a Flora.
Bom, ainda bem que tinha colocado aquele chip nela, meses antes, pensou.